Roswitha Hellmuth-Gamberger é conhecida como a avó das estradas alemãs. Aos 76 anos, continua a conduzir o camião de 10 toneladas entre Kassel e Hamburgo, numa rotina semanal que inspira admiração. Enquanto muitos já se reformaram, a camionista mantém-se firme ao volante, movida pela paixão pela estrada e pela necessidade económica.

“Estar na estrada é o que importa”, afirma com convicção. A cabine do camião é o seu refúgio, o sítio onde se sente mais viva. Depois de cada viagem, trata dos retoques finais da lavagem do veículo. A dedicação impressiona colegas e curiosos. Aos 76 anos, a avó Rosi continua a conduzir cerca de 2.500 quilómetros por semana.
“Eu gosto de fazer meu trabalho e ganhar dinheiro com isso. Mas também sou obrigada a trabalhar, caso contrário teria de pedir apoio ao Estado e não conseguiria pagar muitas coisas. Por exemplo, a cirurgia do meu cão custou 7.500 euros. A vida é cara. Nunca pensei reformar-me tão tarde.”
Começou como taxista, mas rapidamente trocou os passageiros pela carga pesada. Há 45 anos, enfrentou o preconceito num setor dominado por homens e conquistou o seu espaço. Trabalhou com uma transportadora austríaca e viveu dez anos em Espanha e acumulou milhões de quilómetros pelas estradas da Europa.
“A primeira coisa que me perguntam é como é que faço quando tenho de mudar um pneu. Bem, hoje em dia nem os homens são capazes de fazer isso. Naquela altura já havia serviço para fazer isso e agora também.”
A determinação é reconhecida por todos os que se cruzam com Rossi. Vive em Hundelshausen, perto de Kassel, mas dorme melhor na cabine do camião. Casou-se, por motivos práticos, há apenas seis anos, após 30 de relação.
“Se possível, quero continuar. Quero renovar a minha carta de condução. Não há razão para isso não acontecer. Espero continuar por mais dois ou três anos.”
O plano da Roswitha Hellmuth-Gamberger para o futuro passa por manter-se saudável e começar a abrandar durante o inverno. Mas será possível parar a avó Rossi?